Muitas produções empregaram queerbaiting para atrair espectadores DSR ([da] Diversidade Sexual e Romântica) ao longo dos anos, mas o que exatamente é queerbaiting e por que isso é errado?
Os estúdios são frequentemente acusados de usar a prática conhecida como queerbaiting em seus filmes e seriados de TV — eis o que significa queerbaiting e por que é ruim para a população e a representação DSR (ou "LGB" ou "LGBTQ+"). A designação (de um enredo, arco de história ou como um personagem foi tratado por uma série de TV ou filme) como queerbaiting é muito mais proeminente no discurso público do que no passado, com os fãs se tornando cada vez mais vocais quando percebem que os estúdios estão empregando a técnica. Embora o queerbaiting possa se apresentar na forma como um enredo é executado, seus exemplos mais famosos vêm na forma como um filme ou série de TV é comercializado para sugerir que incluirá uma grande representação da população DSR enquanto oferece apenas migalhas aos fãs, como os personagens ou momentos supostamente DSR eram personagens secundários ou irrelevantes para o enredo principal.
Embora diferentes tipos de produções tenham sido acusadas de queerbaiting, a Disney Studios foi repetidamente acusada disso. As subsidiárias da Disney, Lucasfilm e Marvel Studios, também têm sido denunciadas por queerbaiting. Um dos relacionamentos mais notáveis do MCU que os fãs apoiaram, claramente vendo o par como romântico e torcendo por eles como tal, foi entre Steve Rogers (Chris Evans) e Bucky Barnes (Sebastian Stan). Capitão América: O Primeiro Vingador estabeleceu uma forte proximidade entre Bucky e Steve, e Capitão América: O Soldado Invernal foi ainda mais longe ao fazer o Capitão parar de lutar contra o Soldado Invernal e dizer carregado de emoção: "Porque eu estou com você até o fim da linha." Stucky — como os fãs apelidaram a dupla — não foi o único a receber acusações de queerbaiting, sendo acompanhado por Finn (John Boyega) e Poe Dameron (Oscar Isaac) da mais recente trilogia de Star Wars nos cinemas. Carinhosamente chamado de StormPilot, seu relacionamento floresceu facilmente em O Despertar da Força e em Os Últimos Jedi, deixando muitos espectadores acreditarem que, como seu vínculo profundo já foi desenvolvido nesses dois primeiros filmes, eles poderiam ter incorporado a representação AMS (pessoas que Amam o Mesmo Sexo) anunciada por J. J. Abrams enquanto promovia o terceiro filme, A Ascensão Skywalker.
Ambos os casos não foram inéditos na indústria do entretenimento, apenas entre aqueles com maior número de seguidores. Um produto de mídia é julgado como queerbaiting quando implica que um personagem pertence à população DSR ou está em um relacionamento do mesmo sexo, muitas vezes desenvolvendo-o de uma maneira sugerida como romântica, sem que a história o declare explicitamente. Como técnica de marketing, leva os espectadores a acreditar que haveria uma representação DSR significativa em um produto de mídia, levando membros da população DSR e aliados a assistirem ao filme ou série de TV esperando por isso sem perder a chance de comercializar o mesmo produto para mercados mais conservadores. Com o lançamento de Vingadores: Ultimato, o diretor Joe Russo fez um grande estardalhaço sobre sua aparição absolutamente insignificante como um homem AMS e o filme Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica (Onward) foi elogiado como sendo o primeiro filme da Pixar com uma personagem também AMS, apenas para ser uma personagem terciária que mencionou brevemente sua namorada em uma única fala. Embora seja particularmente fácil encontrar exemplos de queerbaiting nas propriedades da Disney, ela está longe de ser a única culpada por isso.
Por que queerbaiting é ruim?
A representação DSR melhorou drasticamente nos últimos anos; no entanto, ainda não é tão comum e esperado como deveria ser se o conteúdo espelhasse a realidade. Existem muitas maneiras diferentes de ser DSR e a mídia regularmente falha em representar isso. Se os estúdios promovem um filme apresentando uma animadora representação DSR sem entregá-la, eles traem comunidades marginalizadas que estão ansiosas para ver suas realidades na mídia que consomem.
Além de ser errado e enganoso, o queerbaiting é muitas vezes motivado por razões financeiras. Ao alegar que o conteúdo inclui representação DSR, eles podem aparecer para diversos públicos, mantendo o conteúdo tão pequeno que pode ser editado para mercados conservadores e países onde as identidades e relacionamentos DSR são ilegais. Isso faz com que o queerbaiting pareça particularmente errado, pois as empresas, em vez de apoiar efetivamente a população DSR, tentam atrair os espectadores sem se comprometer totalmente a fornecer representação. Como tanto Poe e Finn de Star Wars quanto Steve e Bucky do MCU mostraram, queerbaiting ainda não é tão infrequente quanto se poderia esperar, apesar dos avanços feitos para representar as diferentes facetas da população DSR. Esperemos que o uso de queerbaiting finalmente diminua em favor de mostrar uma representação DSR real e contar mais e mais histórias DSR no futuro.
Fonte: Screen Rant.
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