09 julho 2021

Loki: O Deus da Trapaça é o novo personagem HAH do MCU


 Loki deixou a internet agitada ao confirmar que ele já amou os dois sexos, o que é um passo importante para o MCU.

Loki Laufeyson fez barulho no Disney+, mas foi no episódio 3 da 1ª temporada, "Lamentis" que o show realmente deu ao público algo para comentar. Loki (Tom Hiddleston) e a variante Sylvie (Sophia Di Martino) estão viajando em um trem para o fim do planeta e tendo uma conversa do tipo "vamos nos conhecer". Durante isso, Sylvie diz, a voz cadenciada e as sobrancelhas levantadas: "E você? Você é um príncipe, devem ter havido pretendentes a princesa? Ou talvez outro príncipe?" A resposta de Loki, para a alegria de muitos fãs, é sorrir maliciosamente e dizer: "Um pouco dos dois, suspeito o mesmo com você."


A dupla reconhece que nenhum de seus relacionamentos foi "real", supostamente querendo dizer significativo ou duradouro ou mesmo apenas (dada a afinidade desses personagens com a mentira) genuíno. O público sabe que Loki não tem muitos relacionamentos fortes (e pode assumir o mesmo para Sylvie), mas a confirmação de que esses dois seres longevos perderam totalmente conexões românticas genuínas apesar de presumivelmente desejá-las é perturbador, mas que parte da conversa foi (compreensivelmente) ofuscada pelo resto.

Embora não seja um dos focos deste blog, é interessante
notar que o MCU reconheceu a "fluidez de gênero" de Loki
A fluidez sexual de Loki antecede sua inclusão até mesmo nos quadrinhos da Marvel; o mitológico Loki é explicitamente "fluido de gênero" e até mesmo deu à luz um filho enquanto estava transformado em uma égua. Essa "fluidez de gênero" há muito foi incluída nos quadrinhos, embora não fosse reconhecida no universo cinematográfico da Marvel até o seriado Loki (primeiro quando seu gênero foi listado como "fluido" em uma foto promocional de seu arquivo na TVA [sigla em inglês para Autoridade de Variância Temporal], depois pela inclusão de Sylvie, inicialmente apresentada como uma "Lady Loki"). Esse reconhecimento já foi um grande passo; os fãs queriam ver a "fluidez de gênero" de Loki há anos, mas não tinham certeza se o MCU, que hesitava em incluir qualquer conteúdo DSR ([da] diversidade sexual e romântica), forneceria.

A "bissexualidade" de Loki (e de Sylvie, por extensão) é revelada em um momento brando, mas é sem dúvida significativo. Ele é o primeiro personagem já conhecido e amado pelos fãs que tenha se revelado DSR, e isso é algo que o público estava esperando. Também é notável que a diretora de Loki, Kate Herron, é "bissexual" e entende a importância de incluir identidades DSR na franquia.

Quando os irmãos Russo anunciaram que Avengers: Endgame apresentaria o primeiro personagem DSR do MCU, as pessoas ficaram desconfiadas: as séries de TV, que ainda não haviam sido declaradas não canônicas, já apresentavam vários personagens DSR significativos e até mesmo foram elogiados por isso, então a declaração de que não eram canônicas parecia um apagamento. Também era bem conhecido que a atriz Tessa Thompson e o diretor Taika Waititi fizeram lobby para incluir a consagrada "bissexualidade" da Valquíria dos quadrinhos em Thor: Ragnarok e foram repetidamente rejeitados pelo estúdio, então muitos fãs duvidaram do quão significativa essa representação DSR poderia ser.

No entanto, eles ainda mantinham a esperança de que um personagem conhecido (talvez Steve Rogers ou Carol Danvers, que aparecem em importantes ships do mesmo sexo no fandom) pudesse fazer pelo menos um comentário improvisado confirmando que são AMS (amante[s] do mesmo sexo). Para muitos, foi como um tapa na cara quando essa representação DSR elogiada e promovida foi na verdade apenas uma participação especial do próprio Joe Russo, interpretando um membro do grupo de apoio de Steve que mencionou ter tido um marido então falecido. Isso fez com que parecesse uma representação muito performativa que foi incluída amplamente por propaganda e por pontos de diversidade.

Loki se revelando um amante (também) do mesmo sexo é o que os fãs queriam da representação DSR em Endgame. Embora ele seja tipicamente um antagonista, Loki tem sido um dos personagens mais populares do MCU desde sua primeira aparição em Thor em 2011. Ele até conseguiu sua própria série de TV depois que seu personagem foi morto na linha do tempo "principal". Ele é um personagem querido, especialmente para os fãs DSR; isso decorre em grande parte do fato de que ele foi estabelecido como "fluido de gênero" e "bissexual" nos quadrinhos — embora de acordo com a sua própria saída do armário oficial nos quadrinhos, "a cultura [asgardiana] realmente não compartilha o conceito [dos humanos] de identidade sexual" — e os fãs tiveram esperança, mas duvidavam que algum dia veriam isso no MCU.


Loki
— e Herron — deu isso aos fãs, e isso realmente importa. Embora Loki provavelmente não diga a palavra "bissexual" (a mídia tende a se esquivar da palavra por nenhuma razão real que não seja bifobia), isso é por causa de sua herança asgardiana, não porque o seriado tem medo de admitir isso. Herron usou a palavra repetidamente, e combinada com a discussão na tela, é uma confirmação bastante sólida.

Também é importante notar que, dada a fluidez de gênero de Loki, ele provavelmente se envolveu com pessoas "não binárias" ou "fluidas de gênero", além de "princesas" e "príncipes", mas isso não nega sua "bissexualidade". De acordo com o site Bi.org, "bissexualidade é um termo amplo e inclusivo que descreve a atração física, atração romântica ou comportamento sexual que não se limita a um sexo". Embora algumas pessoas interpretem isso como "atração por homens e mulheres", outras, presumivelmente incluindo Loki, veem isso como "atração pelo mesmo e por outros gêneros". Os rótulos "bissexual" e "pansexual" podem se sobrepor, e algumas pessoas se identificam como ambos, mas da maneira que está, "bissexualidade" é a identidade atribuída a Loki.

Enquanto ainda não se sabe se o Deus da Trapaça será mostrado agindo em sua "bissexualidade", em Loki ou em outros projetos do MCU, sua revelação é um grande momento para o Universo Cinematográfico da Marvel e seus fãs. Ao contrário daquele momento em Endgame, isso satisfaz o desejo dos fãs por representação e, esperançosamente, é o primeiro passo em uma direção mais inclusiva.


Via CBR.com

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