Criador do casal Red Racer e Flashlight reclama com a DC por desperdiçar romance

 Anos atrás, a DC Comics matou o Flash de outra realidade antes que seu romance com o seu Lanterna Verde tivesse a chance de se desenvolver. O criador deles tem algo a falar sobre isso.

O popular escritor da DC e em especial das estórias do Lanterna Verde, Grant Morrison, disse algumas palavras sobre a decisão de matar o Flash de uma Terra alternativa que, por tabela, matou um romance masculino antes que ele tivesse tempo de realmente florescer. O Flash a que Morrison se refere é o Red Racer, o Flash da Terra 36. Criado pelo próprio Morrison com desenhos do brasileiro Ivan Reis, Red Racer (Velocista Vermelho no Brasil) é o homem mais rápido de seu mundo e membro da Justiça 9, o equivalente daquele universo à Liga da Justiça.

Lanterna Verde para Flash, de mãos dadas depois de deterem o Ladrão Arco-Íris (ao fundo): "O sentimento não poderia ser mais mútuo. Que tal irmos a algum lugar privado... e conversar!
Há décadas muitos fãs shippam Barry Allen e Hal Jordan (#HalBarry), o que influenciou a criação de Velocista Vermelho e Lanterna da Terra 36

Em seu Substack publicado no ano passado, Grant Morrison reflete sobre sua série em HQ Lanterna Verde, que logo evoluiu para um aparte sobre o multiverso da DC, com o qual Morrison está extremamente familiarizado em grande parte devido ao trabalho que fizeram em The Multiversity, uma série que ele admite ser "protetor" demais. Como tal, ele critica a decisão de seu amigo e colaborador, Peter Tomasi, de matar esta variante do Flash. Isso também se desenvolve em Grant Morrison dizendo que os escritores devem tratar universos separados como se fossem franquias únicas em potencial, em vez de histórias descartáveis ​​​​que existem como nota de rodapé no último evento de crise da continuidade maior da DC.

A morte do Velocista Vermelho aconteceu antes que os fãs pudessem ver completamente seu relacionamento com Lanterna

O Velocista Vermelho foi morto em Superman #16. Ele usa cada grama de sua velocidade para comprimir uma duplicata da Ultima Thule (uma embarcação extradimensional feita de "música congelada" criada pelos Monitores para explorar e viajar pelo Multiverso), um movimento que certamente ajudará os heróis a salvar o dia. No entanto, ele também conhece o risco e a morte certa que isso representa por atingir uma velocidade tão alta. Antes de seu sacrifício, Velocista Vermelho, cujo nome real é Ray, pede ao Presidente Superman da Terra 36 para transmitir uma mensagem a Hank Hallmark (também conhecido como Lanterna, o Lanterna Verde da Terra 36): "Diga a Hank para ficar forte e que eu o amo." Quando os heróis entram na Ultima Thule, eles encontram o cadáver do Velocista.

Como uma pessoa "queer", é compreensível por que Morrison ficaria tão irritado quando o relacionamento de Lanterna e Velocista Vermelho não foi totalmente explorado antes da morte deste último. Ao mesmo tempo, sua posição de tratar a introdução de novos universos como propriedades únicas com potencial de franquia faz todo o sentido. Afinal, séries como JLA: Earth 2 do próprio Morrison são um excelente exemplo de como um universo alternativo poderia realmente ter sua própria franquia. Diminuir qualquer potencial para tal apelo de spinoff ou crossover antes que tenha a chance de pelo menos ser tocado é realmente um desperdício.

A DC Comics passou os últimos anos não apenas explorando o amor do mesmo sexo como ele existe em seu universo, mas também o abraçando. Tanto Tim Drake quanto Jon Kent se apaixonaram por outros rapazes em 2021, enquanto Arlequina e Hera Venenosa se tornaram um dos casais mais populares da DC. Explorar ainda mais um relacionamento entre Lanterna e Velocista Vermelho já teve o potencial de ser tão gratificante e louvável quanto esses relacionamentos mencionados acima, mas, pelo menos por enquanto, não é para ser. Morrison tem esperança de que um dia, o Velocista Vermelho possa ser milagrosamente trazido de volta em grande estilo e, se isso acontecer, o mundo poderá finalmente ver a DC tirar o máximo proveito de como seria um romance em uma realidade alternativa entre o Flash e o Lanterna Verde, que são melhores amigos na realidade principal da DC.

Eu realmente gostei da breve relação Velocista Vermelho/Lanterna que vislumbramos e, como mencionei antes, fiquei desapontado quando o escritor Peter Tomasi matou Velocista Vermelho sem nenhum motivo aparente e roubou da DC um personagem gay com muito potencial. Espero que alguém o traga de volta de lá da Força de Aceleração ou de onde quer que seja — idealmente, seu namorado Lanterna poderia fazer isso...

— Grant Morrison, The Multiversity annotations Pt 2