24 novembro 2021

The Stranger by the Shore é um filme BL doce, mas fraco


 O filme em anime The Stranger by the Shore vai agradar aos fãs de Boys Love que buscam histórias mais realistas, mas é prejudicado por questões de ritmo.

Um filme pode ser muito lento e muito rápido ao mesmo tempo? O anime The Stranger by the Shore ("O Estranho na Costa"), baseado no aclamado mangá BL The Stranger by the Beach (Umibe no Étranger, "O Estranho na Praia" em português) da série de mangás L'étranger de Kanna Kii, é um curta-metragem de apenas uma hora de duração. Não acontece muita coisa nesse tempo, mas o que acontece acaba parecendo um pouco apressado. Apesar deste grande problema, o filme do diretor Akiyo Ohashi consegue ser uma experiência agradável, embora discreta, que atrairá mais aqueles que buscam romances BL mais realistas.

Os personagens principais, Shun Hashimoto e Mio Chibana, não são os estereótipos seme/uke padrão. Enquanto muito do gênero BL, para melhor ou para pior, não está particularmente preocupado com os aspectos mais complicados da identidade 'queer', Shun (de cabelo loiro) de The Stranger by the Shore luta contra a homofobia tanto externa quanto internalizada. Mio (de cabelo preto) é principalmente atraído por garotas, mas está apaixonado por Shun, e depois de três anos morando na cidade ele voltou para Okinawa para buscar um relacionamento com Shun e navegar por suas próprias questões de identidade.

O conceito realista dos personagens explorando a si mesmos é tratado de forma mais eficaz durante a cena de sexo do filme. O selo Blue Lynx da Fuji TV tem forçado os limites para cenas de sexo entre homens em filmes de anime lançados nos cinemas, como Twittering Birds Never Fly, mas o clímax de The Stranger by the Shore é menos interessante para o conteúdo gráfico (é ligeiramente gráfico, mas não excessivamente) e mais para o que revela sobre os personagens. A primeira vez de Shun e Mio juntos é realista em sua pesada estranheza, com muita negociação e luta para fazer tudo certo, mas é um sentimento genuíno de amor apesar de toda aquela estranheza. É sexo em favor da história, em vez de pura excitação sexual.


Outros aspectos da narrativa de The Stranger by the Shore, no entanto, não são tão fortes. Grande parte da narrativa depende da passagem do tempo, com a personalidade de Mio passando por uma mudança completa de 180 graus entre deixar Okinawa como um adolescente taciturno e retornar como um adulto enérgico e popular. Os ritmos em staccato ("desconexos") da edição do filme, no entanto, fazem com que o passar do tempo pareça anormal. Frequentemente, parece que as cenas estão apenas parando e começando, em vez de fluir de uma forma que torna a linha do tempo confortável.

Grande parte do desenvolvimento dos personagens do filme, especialmente para Mio, acontece ou fora da tela durante o grande salto de tempo ou antes mesmo de a história começar. Sem ter lido o mangá original, parece que algumas batidas de desenvolvimento de personagem que teriam tornado a história mais atraente foram cortadas para caber no breve tempo de execução de uma hora.


Do lado positivo, The Stranger by the Shore é um deleite visual. O estúdio de animação, Studio Hibari, não produziu muitos filmes próprios, mas os animadores de lá ajudaram em clássicos do Studio Ghibli como Spirited Away ("A Viagem de Chihiro" no Brasil) e Kiki's Delivery Service ("O Serviço de Entregas da Kiki" no Brasil). Embora The Stranger by the Shore não tenha animação no nível Ghibli, os designs dos personagens e pinturas de fundo são lindos. O filme transmite uma atmosfera calorosa de verão que torna a experiência agradável, mesmo quando o enredo está lutando para manter o interesse total. Também tem muitos gatos, o que é sempre adorável.

Talvez a raiz dos problemas de ritmo de The Stranger by the Shore seja que esse tipo de narrativa atmosférica com pouca ação é apenas mais fácil de ser percorrida efetivamente nas páginas do que na tela. Se o anime tivesse conseguido vencer esse desafio, poderia ter sido algo verdadeiramente especial. Como está, ainda é um romance agradável que se sai bem em termos de representação AMS (amantes do mesmo sexo), mas é um filme muito fraco que não será lembrado como um dos clássicos do gênero.

Fonte: CBR.

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