Aqui estão quatro mangás Boys' Love que quebram o status quo do gênero com seus relacionamentos saudáveis e narrativas complexas.
As vendas de mangás atingiram níveis nunca antes vistos nos últimos anos, a tal ponto que um leitor ávido está melhor em pré-encomendar a próxima cópia daquela grande série shonen do que esperar encontrá-la na livraria local. Cada gênero de mangá, incluindo alguns de nichos como Boys' Love, está crescendo em popularidade. Editoras de renome (nos EUA) como a Viz Media escolheram alguns mangás BL, enquanto outras como Seven Seas e SuBLime conquistaram o mercado de conteúdo DSR ([da] diversidade sexual e romântica).
BL é um gênero de nicho por uma razão, entretanto. Enquanto alguns evitam porque não querem ler sobre relacionamentos entre homens, outros o boicotam por causa de como comumente retrata relacionamentos predatórios, abusivos e frequentemente não consensuais. Dito isso, encontrar bons mangás que quebrem esse molde pode ser como encontrar diamantes em uma lixeira. Aqui no blog eu cobri relacionamentos saudáveis em animes BL recentemente, mas há tantos mangás quanto que quebram o padrão. Aqui estão alguns mangás BL que mostram relacionamentos complexos, mas equilibrados, que merecem destaque.
Restart After Coming Back Home ("Recomeçar Depois de Voltar Para Casa")
Lançado em inglês este mês pela Seven Seas, este BL conta a história de dois homens na casa dos 20 anos que se apaixonam em uma pequena cidade. Mitsuomi Kozuka partiu para Tóquio na época do colégio, mas teve que voltar com o rabo entre as pernas depois de ser demitido do emprego. Enquanto ele estava fora, seus vizinhos idosos adotaram Yamato Kumai, que parece ser o novo menino de ouro da cidade. Como dois dos únicos jovens que restaram na cidade rural, eles são incentivados a se tornar amigos e acabam juntos com frequência.
Mesmo que este mangá tenha apenas sete capítulos, o relacionamento deles demora para se desenvolver. Este volume cobre o primeiro ano de sua amizade que virou romance e depois salta dois anos no epílogo. Ao longo do caminho, ambos têm dificuldades para superar. Mitsuomi agora quer assumir o negócio da família depois de rejeitá-lo anteriormente, enquanto Yamato luta com seu passado e o medo de que isso o tenha deixado incapaz de amar. Com o apoio um do outro, eles enfrentam esses problemas e formam um vínculo especial ao longo do caminho.
My Summer Of You ("Meu Verão de Você")
Depois de descobrir que compartilham o amor por filmes, Chiharu Saeki e Wataru Toda se tornam amigos improváveis. Chiharu é alto, bonito e tem um grande círculo social, enquanto Wataru é um estudante mediano. Uma noite, Chiharu confessa seu amor por Wataru, mas não pede que seus sentimentos sejam retribuídos ou para iniciar um relacionamento. Tudo o que ele quer é continuar a passar o tempo com Wataru durante as férias de verão, visitando os locais onde um premiado filme foi gravado.
O que é mais revigorante em My Summer of You é como Chiharu e Wataru conversam bem um com o outro, quando querem. Chiharu é surpreendentemente aberto sobre como se sente em relação a Wataru, que por sua vez é franco com o quão estranho isso é para ele. Ele nunca esperou que outro garoto o amasse, e isso muda o relacionamento deles, mas Wataru aceita isso. A confissão de Chiharu leva Wataru a considerar seus próprios sentimentos e perceber que ele pode ter estado apaixonado o tempo todo. Eles escondem coisas um do outro e têm coisas sobre as quais preferem não falar, mas isso é posto para fora quando são pressionados da maneira certa.
That Blue Sky Feeling ("Essa Sensação de Céu Azul")
Quando Dai Noshiro se transfere para uma nova escola, ele rapidamente percebe o pária da classe, Kou Sanada. Esse garoto misterioso está quase sempre sozinho, fica fora da aula de educação física e seus colegas preferem deixá-lo assim. Dai tenta incluir Kou, mas encontra resistência dele e dos colegas. Não demora muito para que Dai descubra o porquê — há um boato de que Kou é "gay". Dai o confronta sobre isso e Kou admite que o boato é verdade.
Como o trabalho atual do escritor Okura (finalmente um homem autor de BL!!! 🙌), I Think Our Son is Gay ("Eu Acho Que Nosso Filho é Gay"), That Blue Sky Feeling explora os problemas sociais que surgem em ser HAH (um homem que ama homens) em um mundo heteronormativo. Dai tem muito a desaprender à medida que se aproxima de Kou, desde as percepções sobre o que é "normal" até sua própria atração pelo mesmo sexo que ele vem ignorando. Enquanto isso, Kou luta para permitir que outras pessoas entrem em sua vida, com medo de que não gostem da versão dele que está além de seus muros cuidadosamente construídos. Esses garotos vão em jornadas de aceitação, de si mesmos e um do outro, e se apaixonam ao longo do caminho.
Koi Monogatari: Love Stories ("Koi Monogatari: Histórias de Amor")
Quando Yuiji Hasegawa ouve o colega de classe Yamato Yoshinaga contando a uma amiga que ele não se sente atraído por garotas, Yuiji não consegue deixar de olhar para tudo o que Yamato faz de maneira diferente. Ele não quer se associar com Yamato, mas é pressionado quando os dois se juntam a um grupo de estudos. Enquanto eles passam um tempo juntos, Yuiji percebe que Yamato não é menos por causa de sua sexualidade. Ele gosta de Yamato, como pessoa, e quer estar ao seu lado. Ele aprendeu sobre as lutas de ser HAH observando Yamato e só quer que seu novo amigo seja feliz. Até os dois volumes já publicados pela TOKYOPOP, eles não são um casal oficial, mas mostram sinais de atração.
À medida que o mundo se expande, Koi Monogatari (que ao pé da letra se traduz como "História[s] de Amor") investiga tópicos sérios, como homofobia e ser tirado do armário por outros, em um nível mais profundo do que a maioria dos BLs. Cada personagem tem uma perspectiva diferente, desde aqueles na população DSR até aqueles que são abertamente odiosos. Parece que a criadora Tohru Tagura realmente entende as lutas de ser HAH por causa das nuances que a história consegue ter. Dito isso, é uma série madura que pode ser perturbadora.
Via CBR.
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