Quatro marcos do amor masculino na DC Comics

 Quando vemos os especiais do Mês do Orgulho da DC a cada ano, não podemos deixar de nos maravilhar com todos os personagens e suas histórias. Isso nos fez pensar no caminho que percorremos para chegar até aqui. Antes da DC ter personagens que amam o mesmo sexo suficientes para preencher uma antologia, quem foram os heróis masculinos que deram os primeiros passos? Aqueles que caminharam para que os personagens HAH de hoje pudessem ter seu lugar ao sol? Se você é um leitor antigo, provavelmente se lembrará de alguns desses momentos... mas talvez não de todos. Como costuma acontecer com a representação, isso começou em grande parte na periferia, e muitos desses personagens não são muito conhecidos hoje. Ainda assim, eles quebraram barreiras e ajudaram a tornar o Universo DC um espaço mais inclusivo e, por isso, merecem ser comemorados. Vale a pena descobri-los. Então, neste Mês do Orgulho, vamos relembrar quatro importantes marcos HAH dentro do DCU.

1984: Cannon e Saber se tornam o primeiro casal do mesmo sexo dos quadrinhos

Em Vigilante #5 de 1984, Adrian Chase lutou contra dois criminosos fantasiados chamados Cannon e Saber. Embora a dupla fora da lei possa não ser material da Legião do Mal, eles são notáveis por serem o primeiro casal do mesmo sexo no Universo DC ou de qualquer editora de quadrinhos de super-heróis. Embora o roteiro não pudesse ser explícito, a natureza da parceria entre Cannon e Saber era clara. Eles podem não ter conseguido derrubar o Vigilante, mas foram capazes de quebrar barreiras quando se tratava de casais do mesmo sexo no Universo DC.

1988: Apresentando Extraño, o primeiro super-herói HAH dos quadrinhos

Em Millennium #2, o mundo foi apresentado a Extraño, o primeiro super-herói gay dos quadrinhos convencionais. Tirando seu nome da palavra em espanhol para "estranho", Extraño era um mago que se vestia extravagantemente e insistia que seus amigos se referissem a ele como "Tia". Ele aparecia regularmente em New Guardians, um título que às vezes ultrapassava os limites, mesmo que suas tentativas de ser inovador não tenham envelhecido bem. Extraño infelizmente desapareceu quando New Guardians foi cancelado em 1989 até que o escritor Steve Orlando o trouxe de volta em 2015. Extraño até fez uma aparição no primeiro especial do DC Pride.

1993: Enigma, a primeira série de quadrinhos com protagonista HAH

Em 1993, a DC lançou a Vertigo, uma marca que mudou a indústria de quadrinhos. Os títulos publicados pela Vertigo experimentavam convenções de narrativa, misturavam vários gêneros e produziram algumas das maiores obras-primas da DC. Um dos primeiros títulos publicados pela Vertigo foi Enigma, de Peter Milligan e Duncan Fegredo, uma série limitada de oito edições sobre um super-herói telepático. (Embora personagens tecnicamente HAH como Alan Scott e John Constantine tivessem seus próprios títulos antes de Enigma, suas sexualidades não seriam reveladas até mais tarde.)

Enigma não era apenas HAH, mas seu título não evitava sua sexualidade. Enigma usou seus poderes telepáticos para fazer um homem 'hétero' chamado Michael Smith se apaixonar por ele. A série limitada também apresentou o primeiro beijo entre pessoas do mesmo sexo e a primeira cena de sexo entre homens em uma história em quadrinhos convencional.

2002: Apolo e Meia-Noite são os primeiros super-heróis a ter um casamento do mesmo sexo

Apolo era um herói movido a energia solar e Meia-Noite era um vigilante com habilidades aprimoradas. Os dois heróis eram marcadamente diferentes, mas também estavam perdidamente apaixonados um pelo outro, equilibrando seu relacionamento com seus deveres heróicos. Apolo e Meia-Noite eram membros da Autoridade, uma equipe de super-heróis que fazia parte do selo WildStorm da DC, e em The Authority #29 a dupla finalmente se casou no primeiro casamento entre pessoas do mesmo sexo a ocorrer em uma história em quadrinhos de super-heróis.

Em 2002, o casamento do mesmo sexo ainda não era legal em todos os estados dos EUA, e entre todos os países do mundo apenas os Países Baixos o haviam legalizado até então, tornando o casamento de Meia-Noite e Apolo ainda mais inovador. A edição também faz com que o casal adote uma menina chamada Jenny. Lidar com a paternidade do mesmo sexo na mesma edição do casamento entre iguais foi uma jogada extraordinária, mas Apolo e Meia-Noite sempre foram um casal extraordinário.

Podemos não ter visto o Enigma no último especial do DC Pride, e no inesperado retorno de Cannon e Saber eles infelizmente não foram confirmados como um casal em sua atual versão. No entanto, o legado deles pode ser visto todos os meses no DCU. Você pode ver isso em Jon Kent, o novo Superman, e seu relacionamento com Jay Nakamura. Você pode ver isso em Tim Drake e Bernard Dowd, cujo amor um pelo outro agora é canônico após décadas de insinuações sobre a androfilia de Robin. Ou em Jackson Hyde, o novo Aquaman, namorando Haw'ea. Você pode ver isso em Alan Scott, o primeiro super-herói a empunhar um anel de Lanterna Verde. Tem sido uma longa jornada e ainda há mais terreno a percorrer, mas está claro que os fãs HAH da DC estão finalmente começando a ver suas histórias contadas dentro do DCU… e o DCU é ainda melhor por isso.

Fonte: sítio oficial da DC.

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