Hannibal é um terror 'queer' icônico, mas não começou assim. Vimos como os fãs e o gênero de terror encorajaram Bryan Fuller a tornar seu show HAH.
Hannibal entrou para a história como uma das obras mais icônicas do terror 'queer' — mas inicialmente não era para ser assim. No painel "Horror is Queer" da Comic-Con@Home (julho de 2020), o criador Bryan Fuller revelou que os fãs do show, conhecidos como "Fannibals", o influenciaram a levar o show nessa direção. Com sua influência e investimento contínuo nos personagens Will Graham e Hannibal Lecter, Hannibal se tornou mais amplamente considerado como terror 'queer'.
Hannibal foca na relação entre o prolífico assassino em série Hannibal Lecter e o agente especial do FBI Will Graham, que tem a capacidade única de sentir empatia por assassinos em série e psicopatas. Hannibal é inicialmente atraído por Will, pois ele acha que a excelente habilidade de Will para analisar cenas de crime seria útil para ele, caso convença o agente do FBI a se juntar a ele na prática dos assassinatos. Mas, perto do final da terceira temporada (e por enquanto última, pois infelizmente foi cancelada) da série, esse relacionamento sutilmente muda de fascinação para algo com tons românticos. Há especulações de que Hannibal poderia retornar para a 4ª temporada em um futuro próximo, e Fuller foi aberto sobre seu interesse em buscar um relacionamento romântico entre os dois homens.
Como uma série que, como Fuller disse, começou como dois homens 'heterossexuais' se apaixonando um pelo outro se tornou uma que é descaradamente HAH? Foi graças a alguma ajuda dos Fannibals e do próprio gênero de terror. A transição demonstra o aspecto imaginativo e surpreendentemente acolhedor do gênero de terror.
A transição de Hannibal para o terror 'queer'
A dedicação de Fuller aos fãs transformou Hannibal na série que se tornou ao longo do tempo. Como Fuller afirmou no painel da Comic-Con, os Fannibals exploraram um aspecto homoerótico da relação de Will e Hannibal que ele anteriormente desconhecia. Assim que os fãs chamaram a atenção de Fuller, ele soube que era a maneira certa de levar Hannibal.
"Tornou-se queer não apenas por ouvir a comunidade Fannibal e suas projeções sobre o material, mas também por ler a autenticidade da relação entre esses dois homens e perceber que havia uma relação de amor."
Os fãs da série viram algo relacionado a Hannibal e se agarraram a isso. Os palestrantes concordaram que histórias 'queer' geralmente estão entrando mais na cultura dominante atualmente, mas geralmente há algo sobre o terror que atrai grupos tradicionalmente marginalizados. A visibilidade, especialmente entre personagens 'queer' e atores abertamente 'queer', tornou-se mais proeminente nos últimos anos, mas, antes que fosse mais comum, membros da população DSR ([da] diversidade sexual e romântica) tinham que tentar encontrar representatividade onde inicialmente não existia. Foi aí que o "subtexto" entrou em jogo; o relacionamento de Hannibal e Will vive em algum lugar entre o subtexto e o cânone, mas os fãs se uniram atrás deles do mesmo jeito. O terror é 'queer' há décadas devido à inclinação natural do gênero em defender o "estranho" na sociedade.
Filmes e séries de TV de terror tendem a viver fora do que é normalmente considerado aceitável na sociedade — isso é algo com o qual as pessoas DSR estão muito familiarizadas. Assim que os olhos de Fuller se abriram para o claro tom 'queer' de Hannibal e seu potencial, ele se inclinou para o lado bom de ser um estranho na sociedade. No painel da Comic-Con, ele elogia o maravilhoso aspecto de ser diferente. Com essa mentalidade, ele transformou Hannibal em algo que os fãs de terror nunca tinham visto na TV antes. Fuller sugeriu fortemente que se a série fosse ressuscitada para a temporada 4, Will e Hannibal poderiam começar um relacionamento romântico, fechando o círculo em honrar a visão dos fãs para Hannibal.
Via Screen Rant.
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