Quem é Ruína, o lindo pesadelo protagonista de 'The Dreaming: Waking Hours'?

 A autora G. Willow Wilson conta como em uma de suas muitas noites de insônia ela criou Ruína (Ruin), o pesadelo mais lindo (e desesperado) com que você jamais terá sonhado.

O Sonhar: Horas de Vigília — Quem é Ruína?

Arte do personagem por Nick Robles. Ensaio de G. Willow Wilson.

Ruína (Ruin) de The Dreaming: Waking Hours por G. Willow Wilson e Nick Robles

Séries legadas são coisas complicadas. Você quer honrar as histórias que vieram antes, histórias nas quais os leitores têm um grande investimento emocional, mas ao mesmo tempo, você quer dizer algo novo. Para chegar lá, você tem que fazer as perguntas certas. Ruína (Ruin) evoluiu de uma pergunta que escrevi enquanto planejava The Dreaming: Waking Hours: de quem ainda não ouvimos falar?

O Sonhar (The Dreaming) é uma vasta paisagem, e ao longo dos anos viajamos por ela com fadas, anjos, demônios, musas, mitos, ambientes sencientes, ideais personificados e algum ocasional fugitivo shakespeariano. É difícil fazer o inesperado em um mundo construído sobre o inesperado. Precisávamos de um plot twist ambulante.

Um anjo exilado, um pesadelo fugitivo e uma feiticeira trans com problemas de família — o que poderia dar errado?

Por volta dessa mesma época, eu estava passando por uma das minhas crises ocasionais de insônia muito, muito ruim. Estou falando de noites em que tenho sorte de descansar três ou quatro horas. Eu me peguei acordada às 3 da manhã pensando em como eu ficaria feliz em ter um pesadelo horrível naquele momento, porque pelo menos isso significaria que eu estava dormindo.

Então veio a epifania: e se colocarmos um pesadelo no centro da história? O que significa ter um sonho ruim como protagonista? E então Ruína veio rolando mais rápido do que eu poderia escrevê-lo. Um pesadelo que se apaixona pela pessoa cujos sonhos ele foi enviado para assombrar. Um pesadelo que não quer ser um pesadelo e tenta mudar, que anseia por um tipo de conexão humana que talvez ele pode nunca ter. Isso levanta questões tentadoras do ponto de vista da narrativa — se você tem um poder inerentemente malévolo, pode simplesmente optar por usá-lo para o bem? Ou há mais trabalho envolvido? O que você tem que sacrificar para se tornar algo melhor?

Ruína se questiona se é errado usar seus terríveis poderes para fazer o bem

Essa foi a gênese do nosso 'rapaz lavanda esguio', como Nick (Robles) colocou. Ele é muito diferente dos outros pesadelos que conhecemos no Universo Sandman, todos os quais fazem jus a seus nomes — são maliciosos e sádicos. Ruína, por outro lado, não é muito bom em seu trabalho. Ele é suave, ele é tímido, ele é desajeitado, ele é ansioso para agradar. Ele está tão aterrorizado com sua própria escuridão quanto um sonhador estaria. Ele faz esse esforço profundo e doloroso para não assustar ninguém. E ele parte nessa busca para encontrar o homem por quem se apaixonou, contra todas as probabilidades.

Ben (Benedict) é o homem que Ruína deveria assombrar no sonho, mas acaba se apaixonando por ele

A insônia passou e voltei a ser uma cidadã noturna do Sonhar (Dreaming). Por agora. Assim como Ruína, mas enquanto nós — com nossas crescentes ansiedades e tempo de tela e cafeína e estresse — estamos cada vez mais desesperados para viver em seu mundo, ele, à sua maneira, está sonhando com o nosso.

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The Dreaming: Waking Hours #1 de G. Willow Wilson (Wonder Woman, Ms. Marvel, The Bird King) e do artista revelação Nick Robles (Euthanauts) foi lançado em 4 de agosto de 2020 e a série terminou na edição #12 em 3 de agosto de 2021.

Via site oficial da DC Comics.

THE DREAMING: WAKING HOURS ("O Sonhar: Horas de Vigília" no Brasil)

Quando Sonho (Dream) soltou seu último pesadelo, Ruína, ele não poderia esperar que sua criação se apaixonasse pelo primeiro sonhador que ele conheceu — enviando-o em uma busca selvagem e atraindo para sua órbita um anjo caído e uma feiticeira com uma conexão surpreendente com o próprio Sonho!

Sinopse pela DC Comics.