2021 foi um ano verdadeiramente histórico para a representação "LGBTQIA+" na Marvel e na DC Comics, com ambas estreando mais histórias e personagens DSR ([da] diversidade sexual e romântica) do que nunca!
Tanto a Marvel Comics quanto a DC Comics tiveram anos historicamente sem precedentes para a representação DSR em seus quadrinhos, com várias histórias de ambas as editoras girando em torno de um grupo diversificado de heróis. A indústria de quadrinhos tem investido muito tempo e energia na diversificação de seu portfólio de artistas, escritores e personagens para serem mais representativos da vasta gama de diferentes gêneros e sexualidades existentes; as duas principais editoras de quadrinhos não são diferentes.
O ano de 2021 viu a publicação contínua de muitas histórias DSR de editoras de quadrinhos independentes, o que é tão importante quanto a representação convencional (mainstream), mas há algo particularmente especial e impactante em ver personagens de longa data, como Tim Drake ou Mística, serem capazes de se apoiar em suas identidades como amantes do mesmo sexo (AMS) muitas vezes escondidas. Embora os críticos do aumento da representação DSR nos quadrinhos tenham defendido que novos personagens façam história, não os existentes, tanto a Marvel quanto a DC fizeram história por ter personagens estabelecidos de longa data explorando e abraçando suas diversas identidades.
A violência contra pessoas DSR, especialmente jovens e mulheres trans de cor, ainda é extremamente prevalente nos Estados Unidos e no mundo. A representação genuína dessas identidades em um meio tão popular quanto os quadrinhos pode ter um impacto real e tangível nas experiências vividas dessas populações marginalizadas. Ao contrariar a narrativa heteronormativa de que 'todos os personagens de quadrinhos são inerentemente heterossexuais, a menos que seja explicitamente declarado o contrário', a DC e a Marvel continuaram seu trabalho de fazer retratos honestos de personagens DSR. Vamos ver alguns casos específicos de homens que amam homens (HAH), o foco deste blog:
Superman Jonathan Kent se revela HAH
2021 foi um ano épico para a representação DSR na DC Comics, com a introdução de uma superequipe inteira de heróis diversos em sexualidade e gênero da DC e a emocionante 'saída do armário' de vários personagens de longa data. Um destaque da programação de 2021 da DC foi o DC Pride #1, que se concentrou em histórias sobre Batwoman, Sonhadora, Extraño, Meia-Noite, Renee Montoya, Alan Scott, Jess Chambers, Andy Curry, Liga da Justiça Queer e outros.
Com uma representação tão grande ano passado, vários momentos merecem menções específicas. Mas em Superman: Son of Kal-El #5 chegaram as manchetes que muitos pensavam que nunca, nunca poderiam ser vistas: Jon Kent, o novo Superman da Terra, se revelou um amante do mesmo sexo (não exclusivamente) e começou a namorar seu amigo e repórter do The Truth, Jay Nakamura. Este foi um dos maiores eventos de notícias de quadrinhos de todo o ano passado, e o relacionamento de Jon e Jay continua sendo um destaque da série.
Tim Drake confirma que é andrófilo
Da mesma forma que Jon Kent, outro jovem de longa data da DC (e Jovem Titã) foi capaz de abraçar sua identidade agora adulto, quando o terceiro Robin Tim Drake se revelou também um amante do mesmo sexo. Essa notícia, como a de Jonathan, também veio quando Tim Drake se reconectou com Bernard Dowd, um amigo do tempo da escola, e rapidamente percebeu que seus sentimentos eram mais profundos do que amizade — levando Bernard a convidar Tim para sair em Batman: Urban Legends #6, antes de se tornar oficialmente um casal na edição #10 (onde os fãs também viram uma reação emocionante e de apoio de Batman à revelação de Robin).
Prodígio e Célere seguem firmes e fortes
Prodígio e Célere são dois dos Jovens Vingadores e têm se mostrado um casal casual há algum tempo. Célere é o irmão gêmeo de Wiccano, um dos heróis AMS mais famosos da Marvel, mas a história de amor entre Célere e Prodígio mostrada em Marvel's Voices: Pride #1 não é nada como o romance cósmico de seu irmão com Hulkling. Os dois jovens heróis são mostrados desfrutando de um bom encontro com pizza durante o Mês do Orgulho. Embora isso possa parecer bobo ou nada impactante, é incrivelmente poderoso ver dois homens em um relacionamento amoroso e aberto, livre de qualquer drama cósmico ou de fim de mundo.
A Ressurreição de Somnus
Um dos melhores personagens recém-estreados da Marvel Comics é um jovem mutante AMS chamado Somnus. A história de Somnus, também contada em Marvel's Voices: Pride #1 e continuada no vindouro relançamento de Marauders, é poderosa. Somnus tem a capacidade de entrar nos sonhos das pessoas, mas ele nunca conseguiu viver seu próprio sonho. Vivendo em uma época em que ser 'gay' não era permitido, Somnus envelheceu e morreu antes mesmo de ter a chance de viver a vida como ele mesmo. Daken, que também é um homem andrófilo (não exclusivamente), conheceu Somnus mais cedo na vida e se lembrou de sua história. Ele encontrou uma maneira de ressuscitar Somnus em um corpo mais jovem através dos Protocolos de Ressurreição de Krakoa e deu a ele uma segunda chance de viver a vida como seu verdadeiro eu — uma vida a que tantas pessoas DSR são negadas.
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A representação de pessoas DSR na grande mídia está se tornando cada vez mais aceita globalmente, mas ainda é rara o suficiente para que seja importante reconhecer a natureza histórica dessas pessoas sendo vistas publicamente. Embora a DC e a Marvel ainda tenham trabalho a fazer para aumentar a representação de populações marginalizadas em seus personagens e em sua equipe interna de criadores, fica claro pelas histórias contadas em 2021 que ambas as editoras se dedicam a contar histórias diversas e aumentar a visibilidade desses grupos.
Via Screen Rant.
Nota do Tradutor: Foram tantas histórias lindas e poderosas de homens amando homens que o autor original da matéria acabou esquecendo alguns outros momentos marcantes para personagens HAH nos quadrinhos da Marvel e da DC, como a revelação de que Ghost-Maker, recentemente criado como o grande rival de Batman, é um hedonista que dorme com homens e mulheres; o primeiro Capitão América a identificar-se como 'gay', Aaron Fischer; Jackson Hyde protagonizando a minissérie em que veremos ele passar de Aqualad a Aquaman, exaltando sua identidade como um homem que ama homens; e novo super-herói brasileiro Syl, pupilo de Extraño que estreou no DC Pride #1 e protagonizou a história da Liga da Justiça Queer no especial de fim de ano da DC.
E aí, quais foram as suas histórias preferidas protagonizadas por heróis HAH?
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