No último agosto, foi-se dada a notícia de que Jon Kent, filho de Clark Kent e Lois Lane, o novo Superman da Terra, seria revelado pela DC Comics como um jovem HAH. Um personagem que apareceu nos quadrinhos nos últimos anos, agora crescendo e descobrindo sua identidade, como tantos jovens fazem todos os dias. Da mesma forma, dois meses antes disso, eu apresentei aqui a notícia de que Tim Drake, um Robin de longa data no Universo DC desde os anos 90, também seria um jovem HAH. E os tipos usuais de vozes que infelizmente estamos acostumados a ouvir viram algum tipo de conspiração, que tudo isso era parte de uma agenda corporativa de cima para baixo dos poderes que criaram uma maior diversidade nas sexualidades de suas propriedades intelectuais por... eu não não sei, alguma razão. Algumas pessoas chegaram a níveis absurdos para afirmar que era para evitar o pagamento de royalties aos criadores das versões originais dos personagens, o que apenas mostra um profundo mal-entendido dessas empresas. Quem realmente quiser evitar o pagamento de royalties nunca precisará ir tão longe. Basta perguntar à Disney.
Mas no caso de Tim Drake e Jonathan Kent, Robin e Superman, as histórias eram apenas, na falta de uma frase melhor, "de baixo para cima". Os criadores envolveram Meghan Fitzmartin escrevendo histórias de Tim Drake na antologia Batman: Urban Legends e Tom Taylor em Superman: Son Of Kal-El. Eles pensaram independentemente que seria uma abordagem interessante sobre os personagens, poderia fazer uma reviravolta que poderia informar novas histórias e poderia refletir os desejos e vontades de novos públicos sem desligar os antigos. Cada um deles teve suas histórias aprovadas por seus editores diretos da DC Comics, mas editoriais de alto escalão só descobriram o que estava acontecendo quando os quadrinhos estavam bem encaminhados. E, no caso de Batman: Urban Legends #6, já enviado das impressoras. Em ambos os casos, isso exigiu algumas reuniões editoriais urgentes para a) verificar o que estava acontecendo e b) sugerir que talvez as pessoas pudessem mencionar esse tipo de coisa com um pouco mais de antecedência na próxima vez. Não houve resistência contra a ideia, nenhuma pressão desta vez, apenas a empresa explorando as implicações e consequências. E, no final, os quadrinhos continuaram praticamente conforme o planejado. Uma vez que tudo foi acordado, o marketing da DC Comics sugeriu que eles anunciassem oficialmente a notícia do Superman ontem, 11 de outubro, no Dia de Sair do Armário (National Coming Out Day). O que foi inteligente.
Se tudo tivesse sido planejado, como parte de alguma conspiração, não teria havido um intervalo de quatro meses entre Batman Urban Legends #6 e #10, quando teremos a próxima parte da história de Tim Drake. E não teria havido reuniões tão frenéticas via Zoom organizadas nos escritórios editoriais de Batman e Superman na DC Comics depois do fato, com todo mundo falando ao mesmo tempo. A DC Comics tornou-se muito mais cautelosa em assustar os cavalos após o evento do "Batpênis" em Batman Damned três anos atrás, e as redundâncias não totalmente relacionadas à pandemia no ano passado... há muitos malabarismos, combate a incêndios, lidando com papel, impressoras ou caminhões insuficientes, com atrasos se acumulando, para algum dia considerar alguns empurrando algum tipo de agenda social liberal como uma política corporativa. Imagina só. Simplesmente não há tempo.
Superman: Son of Kal-El #5 será publicadono dia 9 de novembro e Batman: Urban Legends #10 no dia 14 de dezembro.
Via Bleeding Cool.
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