The Ray: "Era hora de sair para a luz." |
Em nosso clima atual, nunca foi tão importante abraçar sua identidade e celebrar as partes de você que formam a pessoa que você é. Mas, embora o orgulho seja uma jornada para toda a vida, dar o primeiro passo pode sempre parecer o mais assustador. Em um mundo cheio de preconceitos, apenas ser honesto com o mundo sobre quem você é pode levar uma coragem digna de um Lanterna Verde. É um desafio que milhões de pessoas em todo o mundo têm que enfrentar... e que até mesmo alguns de nossos maiores heróis também tiveram que superar. Aqui estão três histórias inspiradoras, esclarecedoras e emocionantes sobre assumir-se no Universo DC.
Flautista
The Flash #53, 1991
Em uma época em que o pânico 'gay'¹ generalizado era ainda mais prevalente do que hoje em dia, William Messner-Loebs estava abrindo novos caminhos em The Flash. Em The Flash #53, Loebs dá a Hartley Rathaway, o antigo vilão do Flash conhecido como Flautista (Pied Piper), uma reviravolta simpática, dando-lhe uma conversa franca com Wally West (o Flash de então) sobre sua identidade pessoal. Mais do que isso, Hartley questiona a histórica "codificação gay" de vilões em toda a mídia popular, até incluindo o Coringa, que sutilmente instila a desconfiança nas pessoas com atributos associados a comunidades 'gays' em crianças desde tenra idade. Hartley sabe que o ódio é aprendido — quer venha de outro grupo ou de você mesmo — mas também é algo que pode ser desaprendido.
Aqualad
Teen Titans #10, 2017
Jackson Hyde, o Aqualad da era Renascimento (Rebirth), é um garoto que passou a infância protegido de sua identidade. Protegido de sua herança atlante, de seu pai supervilão e da oportunidade de orgulho ou aceitação de seus sentimentos por outros garotos. Encontrar a aceitação de sua identidade por parte da mãe que o criou foi uma batalha que levou Jackson por um caminho difícil, então a reação que ele teve de seu pai, que odiava Aquaman, foi completamente cômica em sua indiferença. Embora Arraia Negra aceite Jackson como seu filho, não poderia ser mais evidente que sua orientação sexual não faz a menor diferença para ele. Um misantropo por completo, quem você ama nunca é tão importante para o Arraia quanto quem você odeia.
De certa forma, é uma espécie de alívio que sua identidade não seja tratada como se fosse uma grande coisa. A relação entre Jackson e seu pai — uma relação que, ironicamente, Jackson abomina de todas as outras maneiras — é talvez emblemática de uma sociedade onde o preconceito contra a orientação e identidade sexual não existe; a própria realidade que todos devemos nos esforçar para alcançar. Mas considerando quem é Arraia Negra e as muitas outras atrocidades que ele comete a cada dia, eu duvido que alguém, muito menos Jackson, irá aceitá-lo como um pilar de aceitação tão cedo.
The Ray
Justice League of America: The Ray Rebirth, 2017
Desde o início do gênero, a história do super-herói sempre foi sobre identidades duplas. Viver uma vida em público e outra em privado. Pessoas que mantêm partes de suas próprias identidades em segredo para a sobrevivência social têm empatia por gente como Batman e Superman por décadas, exatamente por esse motivo. Steve Orlando, conhecido pelos temas DSR prevalentes ao longo de seu trabalho, tornou esse subtexto evidente em sua história original de 2017 para o Ray. Como um garoto literalmente forçado a viver no escuro por toda a vida, é apenas quando Ray abraça a luz responsável por seus brilhantes poderes que ele também é capaz de aceitar outra parte de sua identidade: sua realidade como um jovem HAH. Por mais assustador que seja, a vida pode ser muito mais simples, muito mais alegre, depois de dar aquele passo em direção ao Sol. Afinal, como o próprio Ray confidencia ao leitor sobre sua estreia luminescente: "Loucura como é mais fácil encontrar um cara quando você é visível."
Via DC Comics.
Então, quem são seus ícones de identidade? Compartilhe seu orgulho agora mesmo nos comentários abaixo!
NOTA:
1 - Pânico gay (do inglês, gay panic): A "defesa contra o pânico gay" ou "defesa ao avanço homossexual" é uma estratégia tida como legal na qual um réu afirma ter agido em estado de insanidade violenta e temporária, cometendo agressão ou assassinato, por causa de avanços sexuais indesejados de alguém do mesmo sexo. Um réu pode alegar que considerou esses avanços sexuais tão ofensivos ou assustadores que foram levados a reagir, agiram em autodefesa, estavam com sua capacidade diminuída ou estavam temporariamente insanos, e que esta circunstância é desculpadora ou atenuante. Como você pode imaginar, isso foi (e continua sendo) muito usado para "justificar" preconceito, discriminação, agressão e assassinato de pessoas DSR.
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