Olá, pessoal! Sabem que dia é hoje? Hoje é o #BatmanDay!!!!!
Apesar de o personagem Batman ter sido publicado pela primeira vez em março de 1939 (Detective Comics #27, criado por Bob Kane e Bill Finger), desde 2014 (na comemoração de 75 anos do herói) que se comemora oficialmente o Dia do Batman sempre no segundo semestre do ano, mas já a partir de 2015 começou-se a comemorar no terceiro sábado de setembro, sendo que neste ano de 2021 a data caiu hoje, dia 18/09.
#BatmanDay2021 comemora os 82 anos do Homem Morcego, um dos super-heróis mais antigos do mundo, o carro-chefe da DC Comics, um dos fundadores da Liga da Justiça e parte da Trindade dos personagens de quadrinhos mais reconhecidos do planeta (junto com Superman e Mulher Maravilha).
Como não poderia deixar de ser, o blog SuperMen's Love preparou essa matéria especial sobre a presença HAH (isto é, de homens que amam homens) no mundo do Batman, provavelmente o personagem em quadrinhos que mais conta com personagens DSR ([da] diversidade sexual e romântica) em suas páginas. Vamos lá!
— Homossexualidade na franquia Batman
Bruce Wayne e Dick Grayson dormindo juntos em Batman #84 (1954) |
— Eras de Ouro e de Prata
Os quadrinhos do Batman na Era de Ouro (anos 30 a 50) eram sombrios e violentos, mas durante os últimos anos da década de 40 e no começo da de 50 mudaram para um estilo mais suave, amigável e exótico, o que era considerado campy (camp ou campy, algo como 'de mau gosto' ou 'irônico' ou até 'afeminado'). Esse estilo despertou, na época e depois, associações com a cultura homossexual.
Série de TV dos anos 60 |
Andy Medhurst escreveu em seu ensaio Batman, Deviance, and Camp ('Batman, Desvio e Camp', numa tradução livre), de 1991, que Batman é interessante para o público "gay" porque "ele foi um dos primeiros personagens fictícios a ser atacado com base em sua suposta homossexualidade", "a série de TV dos anos 1960 continua sendo uma pedra de toque do [estilo] camp" e "[ele] merece análise como uma construção notavelmente bem-sucedida de masculinidade."
— Visões dentro da indústria
Coringa em Batman: The Dark Knight Returns, de Frank Miller |
Grant Morrison, escritor de Batman e Batman Incorporated, disse em uma entrevista à Playboy que "a homossexualidade está embutida em Batman. Não estou usando gay em sentido pejorativo, mas o Batman é muito, muito gay... Obviamente, como um personagem fictício pretende-se que ele seja heterossexual, mas a base de todo o conceito é totalmente gay." Morrison disse mais tarde que a Playboy o citou erroneamente e explicou em uma entrevista ao New Statesman que a citação era "o oposto do que ele havia dito". Enquanto alguém "poderia facilmente discernir os aspectos fetichistas de Batman como um homem da noite vestido de couro preto, e a masculinidade de Batman, e conseguir um bom Batman gay, [...] em última análise, ele não é gay porque ele não tem vida sexual."
Série de TV da década de 1960
Burt Ward, que interpretou Robin nas séries e filmes dos anos 60, escreveu em sua autobiografia Boy Wonder: My Life in Tight' ('Garoto Prodígio: Minha Vida em Collant', numa tradução livre) que Batman e Robin poderiam ser interpretados como amantes.
Filmes de Joel Schumacher
O filme Batman Forever (1995), e especialmente sua sequência Batman & Robin (1997), ambos dirigidos pelo diretor abertamente andrófilo Joel Schumacher, foram interpretados como tendo conotações homoeróticas.
James Berardinelli escreveu: "Os fetichistas provavelmente amarão Batman & Robin. Há mamilos de borracha, closes nas 'malas' e bundas quando a dupla dinâmica (e depois a Batgirl) se veste." Schumacher afirmou: "Eu não tinha ideia de que colocar mamilos nos trajes de Batman e Robin provocaria manchetes internacionais. Os corpos dos trajes são de estátuas gregas antigas, que exibem corpos perfeitos. São anatomicamente corretos."
Animação
O filme animado Batman and Harley Quinn alude tanto à noção de uma relação homossexual entre Batman e Robin como ao livro Seduction of the Innocent, quando Harley Quinn (Arlequina) aborda Asa Noturna sobre esse tópico com as palavras: "É engraçado. Eu sempre pensei que você e Batman não gostassem de garotas. [...] Você sabe. Aquele livro. Com os faróis dianteiros e os olhos esbugalhados? Eu tive que escrever um artigo sobre isso na faculdade. Tirei um B menos."
— Interpretações em anos posteriores, paródia e fandom
Interpretações homossexuais de Batman e Robin atraíram ainda mais atenção durante a Era Moderna das revistas em quadrinhos, à medida que temas sexuais e DSR se tornaram mais comuns e aceitos nos quadrinhos tradicionais.
Apolo e Meia-Noite |
O escritor Warren Ellis abordou a questão da sexualidade de Batman obliquamente em sua história em quadrinhos The Authority, da Image Comics, onde ele retratou o personagem Meia-Noite (Midnighter), um claro pastiche de Batman, como abertamente gay e envolvido em um relacionamento com o análogo do Superman, Apolo (Apollo).
The Ambiguously Gay Duo é uma paródia animada de 1996, apresentada anteriormente no The Dana Carvey Show e no Saturday Night Live, com muitas semelhanças com Batman, principalmente a sequência animada da série de TV dos anos 1960.
The Ambiguously Gay Duo |
Rainbow Batman |
Batman e Robin, de Mark Chamberlain |
Will Brooker argumenta em Batman Unmasked: Analyzing a Cultural Icon ('Batman Sem Máscara: Analizando um Ícone Cultural', numa tradução livre) que uma leitura "queer" de Batman é uma interpretação válida e que os leitores homossexuais naturalmente se sentiriam atraídos pelo estilo de vida retratado, independente se o personagem de Bruce Wayne é explicitamente "homossexual" ou não. Ele também identifica um elemento homofóbico ao vigor com o qual os fãs principais rejeitam a possibilidade de uma leitura homossexual do personagem. Escrevendo para o The Guardian, Brooker expandiu esse tema, afirmando que Batman:
nunca pode ser amarrado a nenhuma identidade. Batman tem sido um escoteiro caricato, um vigilante temível, um pai protetor, um solitário, um palhaço. Batman é um mito e um mosaico, um ícone que capta a luz em diferentes ângulos em diferentes momentos e assume múltiplas formas. Mas homossexualidade – do alto camp ao homoerotismo intenso – é um aspecto importante desse ícone... A constante necessidade de insistir na heterossexualidade de Batman sempre, sem querer, nos lembra as encarnações exageradas enquanto tenta reprimi-las; e quanto mais o empurram para a "escuridão", mais o "Batman arco-íris" foge pelas brechas.
— Personagens HAH da franquia Batman
Vários personagens, principalmente mulheres (Batwoman, Renee Montoya, Maggie Sawyer, Arlequina, Hera Venenosa, Mulher-Gato, Alysia Yeoh, Bluebird [Harper Row], Barbara Kean, Tigresa [Tabitha Galavan], etc.), foram retratados como AMS (amantes do mesmo sexo) e pelo menos uma transgênero (a mesma Alysia Yeoh) na história recente da franquia. Mas homens que amam homens (exclusivamente ou não) felizmente têm se tornado cada vez mais comuns.
Homem-Gato (
Homem-Gato |
O irmão de Harper Row, Cullen Row, tem um crush por Tim Drake, o terceiro Robin (ver mais abaixo).
Meia-Noite (Midnighter) se originou como um análogo alternativo de Batman nos quadrinhos publicados pela WildStorm, mas tornou-se parte do Universo DC principal em setembro de 2011 como resultado da The New 52. Meia-Noite apareceu como um personagem coadjuvante regular em títulos com Dick Grayson, incluindo Grayson e Nightwing.
A série de televisão Gotham apresenta o Pinguim como um homem andrófilo, o que o afasta das representações do personagem em outras mídias. Seu principal interesse amoroso é o Charada, que também foi revelado atraído pelo mesmo sexo na série.
Em Gotham, Pinguim é apaixonado pelo Charada |
Ghost-Maker e Batman |
Na graphic novel Gotham High de 2020, Alfred Pennyworth, tio de Bruce Wayne nesta estória, é casado com um homem chamado John Pennyworth, de quem ele recebeu o sobrenome ao se casarem.
Em Batman #100 (2020), a DC apresentou Ghost-Maker, um novo anti-herói ambífilo que revelou ter conhecido Bruce enquanto este estava treinando para se tornar o Batman. Atualmente ele é um dos principais personagens de apoio do super-herói.
E em 2021 tivemos a novidade mais bombástica sobre o assunto na franquia Batman: a DC publicou um enredo como parte de Batman: Urban Legends em que o terceiro Robin, Tim Drake, percebe que tem sentimentos românticos por homens e mulheres e começa a namorar seu ex-colega de escola Bernard Dowd.
Traduzido e adaptado de Homosexuality in the Batman franchise (em inglês).
Então foi isso, pessoal! Como sempre, espero que tenham gostado desse apanhado sobre a presença de homens que amam homens no mundo de Batman e celebrem muito o Batman Day nesses 82 anos do Morcegão mais amado dos quadrinhos!
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