25 maio 2022

Dick Fight Island: Como o melhor mangá boys' love de 2021 se tornou uma surpresa campeã de vendas (HOT!)


 Uma "guerra dos tronos" decidida "pau a pau", Dick Fight Island, da autora Reibun Ike — um mangá que combina batalha e yaoi — vem rasgando as paradas de mangá na Amazon.

Embora tenha uma história rica e importante na indústria de mangá, yaoi e/ou boys' love (BL) sempre foi relegado, culturalmente, ao reino dos prazeres culpados — um domínio em que continua a prosperar. E quando se fala em prazeres culpados, talvez não haja nenhum mais culpado nem mais prazeroso do que Dick Fight Island (título original: 8人の戦士 Hachinin no Senshi [Os 8 Guerreiros em português]), de Reibun Ike.

Harto prepara sua arma para o combate!
Publicado pela primeira vez no Japão em 2019 pela Libre, o primeiro volume foi lançado no ano passado em inglês nos Estados Unidos pela SuBLime, selo BL da Viz Media, e recebeu uma resposta voraz nas mídias sociais. Naturalmente, o nome do mangá por si só é suficiente para levantar as sobrancelhas e atrair alguns cliques curiosos ("dick" em inglês é um apelido coloquial para o membro sexual masculino, mais ou menos como o nosso "pau"; traduzindo, o título do mangá seria algo como "Ilha da Luta dos Paus"), mas aqueles que compraram o quadrinho também ficaram agradavelmente surpresos ao descobrir que o aspecto "Fight Island" da obra de Ike é tão bem dotado (hehe) quanto a parte do "Dick".

Roro já chega com sua arma em riste!
Situado em um conjunto fictício de oito ilhas conhecidas como Pulau Yong'Unda, o elemento combativo gira em torno de um torneio realizado a cada quatro anos: "The Great Wyrm Tournament" ("O Grande Torneio Antigo"). O clã nativo de cada ilha nomeia um lutador masculino para participar de uma série de lutas de gladiadores, um contra um, cujo resultado determinará o próximo monarca de Pulau Yong'Unda.

Os 8 Guerreiros
Como se ganha uma partida? Bem, é aí que a parte 'love' dessa odisseia BL entra em jogo. Dick Fight Island essencialmente transforma sexo em um esporte para espectadores, com os participantes — usando elaboradas manoplas em seus membros (e quando falo "membros" não me refiro nem a braços e nem a pernas, se é que vocês me entendem...) — lutando para dominar uns aos outros até que o perdedor esteja totalmente... hum... exaurido (tradução: quem gozar primeiro perde!). Imagine os clássicos torneios shonen misturados com pornô. Mas embora o velho ditado que 'sexo vende' se aplique aqui, nem toda obra yaoi está destinada a ser um best-seller. Dick Fight Island, no entanto, rapidamente abriu caminho para o topo das listas de best-sellers da Amazon nas categorias Romance Manga e Yaoi & 'LGBTQ+' Manga no ano passado. A grande maioria das centenas de resenhas do livro são cinco estrelas e as cópias em inglês esgotavam rapidamente. Para algo com tal apelo (superficialmente) de nicho, isso não é tarefa fácil.

Como você pode imaginar, seu sucesso pegou a Viz Media desprevenida. "As vendas de Dick Fight Island foram uma surpresa e superaram as expectativas", disse o vice-presidente de vendas de publicações, Kevin Hamric, ao site CBR. "Na verdade, decolou tão rápido que já tivemos que pedir uma reimpressão! Vendas como essa e tão rápidas geralmente significam que fomos além do público-alvo e pegamos leitores que normalmente não leriam yaoi. Isso pode ser por causa de o título em si ou que o lado de humor e romance da história aconteça rapidamente neste primeiro volume da série."

Pelo menos uma resenha da Amazon intitulada "Eu geralmente não gosto de yaoi" certamente prova a sugestão de Hamric de que o livro está indo muito além de sua demografia pretendida. "O título e a premissa eram tão completamente ridículos que tive que satisfazer minha curiosidade e praticamente ri e sorri durante todo o mangá." (O revisor continua descrevendo o conteúdo como "Mortal Member Kombat", que com toda a certeza deveria ser usado como um slogan para as reimpressões do volume 1.)

O humor é realmente um ponto de venda valioso — é difícil tirar esse título da cabeça depois de vê-lo, sem mencionar a imagem da capa, que mostra um belo homem musculoso e sem rosto, mas que lendo a história ficamos sabendo que é o protagonista Harto, ostentando um pênis enorme e blindado (imagem ao lado). Mas o boca a boca também influencia. Outros que compraram e adoraram Dick Fight Island elogiam sua construção de mundo inesperadamente bem desenvolvida e caracterização distinta, que não são imediatamente óbvias apenas olhando para a capa.

A própria ilha tem uma qualidade de Temiscira, a Ilha Paraíso da Mulher Maravilha, não tanto na ideia de uma sociedade de gênero único (as mulheres existem e desempenham papéis proeminentes, uma raridade nas estórias BL), mas em sua natureza isolacionista, cultura guerreira e 'exotismo' aos olhos de forasteiros. A história e a subcultura únicas de cada clã são expostas em detalhes profundos, mas não exaustivos, à medida que chegam para competir, enquanto cada lutador escolhido traz seu próprio estilo de luta, personalidade e bagagem emocional para o torneio. Tudo isso faz o que deveria ser impossível: tornar uma premissa engraçada realmente crível.

Roro diz que irá provar ser mais digno que o homem do Clã da Joia que está no trono
Acima de tudo, Dick Fight Island, apesar de todo o ar meio bobo, é tão encantador de ler quanto seu elenco escultural e de bunda de fora é de se ver [N/T: Deixar à vista uma bunda bem malhada é sinal de masculinidade para eles, mesmo no dia a dia os homens das ilhas se vestem de modo a deixar a bunda de fora]. Ike explica melhor em sua declaração final do primeiro volume: "Este é um mangá de batalha, mas também uma história emocionante".

Via CBR.

A seguir vocês ficam com uma galeria apresentando os oito gladiadores devidamente paramentados com suas impressionantes armaduras e os textos das imagens traduzidos (os nomes dos personagens são transliterações oficiais feitos pela autora do alfabeto japonês para o latino, e segundo ela são nomes de origem indonésia e, como ela pediu para pesquisarmos seus significados, eu os pus ao lado de seus nomes):

Harto ("Tesouro")
O personagem principal retorna dos estudos na Inglaterra para lutar.
Seu namorado o ensinou uma técnica secreta.

Roro ("Nobreza")
Roro é um chefe tribal muito popular.
Ele tem um pau enorme.

Bulan ("Lua")
Bulan ataca os mamilos de seu oponente com seu cabelo. Tenha cuidado.
Ele parece frio, mas você terá uma impressão diferente depois de ler o segundo volume.

Pisau ("Faca")
Pisau é um amigo de infância de Yudha e Harto.
Ele tem quatro irmãos, todos homens.

Vampir ("Vampiro")
Vampir é um xamã e médico.
Ele é o mais atraente dos guerreiros.

Seekor Naga ("Um Dragão")
Seekor Naga é um guerreiro espero e frio.
Mas ele tem que lutar contra um homem terrível.

Taring ("Presas")
Taring foi criado por mães que o amavam.
Uma de suas mães é uma chefe tribal.

Yudha ("Guerra")
Yudha parece de mente forte, mas está nervoso porque ele quer
vencer essa batalha e propor casamento ao homem que ama.
Eu ainda não comecei a ler o mangá, mas considerando ao menos o visual o meu preferido é o fogo moreno Pisau, mas também estou caidinho pelo jeito ultra-macho do Roro; contudo, acho que vou acabar me apaixonando mesmo é pelo carisma do protagonista Harto. E vocês, já têm seus preferidos? Façam suas apostas porque a batalha vai ser quente!

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