17 maio 2022

17/05 — Dia Contra a Homofobia 2022


 Em participação ao Dia Contra a Homofobia (17 de maio), vamos dar prosseguimento aos casos de homofobia contra homens (andro-homofobia) nas histórias em quadrinhos. Caso você ainda não tenha lido o artigo do ano passado, dê antes uma conferida aqui.

E boa leitura!

O Dia Internacional Contra a Homofobia é observado no dia 17 de maio e busca coordenar eventos internacionais que promovam a conscientização das violações dos direitos DSR ([da] diversidade sexual e romântica) e estimular o interesse no trabalho desses direitos pelo mundo. A data foi escolhida para comemorar a decisão de remover a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde (uma agência da Organização das Nações Unidas — ONU) em 1990.

Em 2010, o então presidente do Brasil, Lula da Silva, instituiu o mesmo dia 17 de maio como o Dia Nacional Contra a Homofobia, como a observância é chamada em nosso país.

E é com o intuito de participar do propósito dessa data que o blog SuperMen's Love fez esse novo levantamento de casos conhecidos de homofobia nos quadrinhos contra personagens masculinos (andro-homofobia) que causaram impacto nos leitores e discussão em torno da violência contra a população DSR e da violação dos nossos direitos.

Se você se lembra de algum interessante caso não relatado aqui ou no artigo do ano passado, informe nos comentários abaixo (de preferência com a edição em que ocorreu).

Syl e Aqualad

No DC Pride do ano passado, a primeira edição do evento que neste ano acontecerá de novo, tivemos a muito esperada estreia da Liga da Justiça Queer, formada por vários super-heróis do espectro "LGBTIAQ+" da DC Comics. E também foi na estreia da LJQ que tivemos a primeira aparição do novo super-herói Syl, o pajé brasileiro Sylvan Ortega, um jovem indígena estudante de magia sob a tutela do grande Gregório de la Vega, o Extraño.

Na estória, intitulada "Love Life" ("Vida Amorosa"), Syl acompanha Jackson Hyde, o Aqualad, em sua primeira Parada do Orgulho, que é atacada pelo vilão Eclipso, que tenta destruir a alegria do evento e estimular com sua magia os sentimentos negativos internalizados das pessoas DSR ([da] diversidade sexual e romântica), como dor, rejeição, medo e raiva, sentimentos dos quais ele se alimenta para se tornar mais forte e fazer guerra a toda a criação. Mas a parada é salva pela chegada da Liga da Justiça Queer liderada por Extraño, o mentor de Syl — embora o marido de Extraño, o Demônio da Tasmânia, questione a alcunha "Queer" (ecoando o descontentamento de muitos leitores DSR da DC Comics expressado nas redes sociais contra o uso dessa palavra, que ainda carrega muito sentido pejorativo).

Desculpa, mas essa roupa do Syl não desce pra mim
Aqualad também cai vítima do encanto de Eclipso, e sentimentos que reconhecemos como derivados da homofobia que tantos de nós sofre no dia a dia o fazem questionar a si mesmo, da mesma forma que afetou todas as pessoas na Parada do Orgulho, exceto Syl, que com sua magia ligada à Natureza combinou seus poderes aos poderes aquacinéticos de Aqualad para criar uma chuva curadora que restaurou o orgulho interior das pessoas atacadas no evento.

Essa estória marcou o primeiro encontro entre Syl e Jackson, que, apesar da atração inicial entre eles, não foi muito longe, já que o Aqualad tem se mostrado mais interessado no soldado atlante Ha'Wea.

Anel da Liberdade

Anel da Liberdade (Freedom Ring no original, nome verdadeiro Curtis Doyle) é um personagem da Marvel Comics criado pelo escritor Robert Kirkman e o desenhista Andy Kuhn. Curtis apareceu pela primeira vez em Marvel Team-Up Vol 3 #20 (julho de 2006), tornando-se o Anel da Liberdade na edição seguinte. Ele apareceu em toda a história da série "Freedom Ring" pelas cinco edições. O personagem é retratado como um civil normal que se depara com um anel que lhe concede a capacidade de alterar a realidade.

Criado para ser o "principal herói gay da Marvel",
Anel da Liberdade foi morto logo em seguida
Kirkman pretendia que Anel da Liberdade pudesse ser um exemplo de um super-herói que demonstra inexperiência com seus superpoderes, pois ele sentia que a maioria dos super-heróis rapidamente se ajusta a seus poderes, e ter uma carreira bem sucedida de super-herói não refletia a realidade. Quando perguntado por um fã sobre o número de super-heróis de quadrinhos visivelmente "gays", o editor-chefe da Marvel Comics, Joe Quesada, também apresentou o Anel da Liberdade como principal herói "gay" da Marvel (será que ele não se lembrava na hora do Estrela Polar?). No entanto, na edição seguinte, o personagem foi morto, levando a controvérsia e acusações de homofobia de alguns revisores dos quadrinhos.

A morte de Curtis foi recebida com algumas reações negativas, incluindo acusações de homofobia de sites dedicados a quadrinhos DSR ([da] diversidade sexual e romântica) como o Gay League e o Prism Comics, especificamente porque Joe Quesada elogiou o personagem como herói "gay" líder da Marvel Comics um mês antes da sua morte.

Curtis lutava ao lado dos Vingadores contra o Maníaco de Ferro (Iron Maniac, o Homem de Ferro maligno de uma realidade alternativa), mas ele foi empalado pelo vilão e morto devido aos graves ferimentos.

Christian Frost

Christian Frost é o único filho do sexo masculino da família Frost, com suas irmãs Emma Frost, Adrienne Frost e Cordelia Frost. De sua família, ele era o mais próximo de Emma.

Emma descobre que Christian é 'gay' através
dos pensamentos de Dante
Christian era o único dos Frost que não queria ter nada a ver com os negócios da família. Apesar disso, ele morava em uma propriedade de seu pai. Ainda assim, ele tentou agradá-lo escondendo sua sexualidade e não permitindo que seu namorado Dante Ortega se juntasse a ele em uma viagem em família à Riviera Francesa, resultando em Dante rompendo com ele. (Emma Frost #4)

Quando seu pai Winston Frost soube que Christian era 'gay', ele ameaçou deserdá-lo se ele não se "endireitasse" e voltasse para casa. Christian desafiou seu pai e deixou a família, permanecendo apenas em contato com Emma e voltando com Dante. Winston retaliou usando seu grande poder e influência para que o namorado de Christian fosse preso e deportado de volta para Cuba, seu país natal. (Emma Frost #5) Christian ficou profundamente deprimido. Ele tentou suicídio e começou a abusar de substâncias dadas a ele por sua irmã Cordelia.

Emma Frost ficou muito preocupada com Christian e pediu ajuda ao pai. Winston afirmou que ajudaria Christian, mas mentiu e, em vez de enviá-lo para a reabilitação, mandou-o para uma instituição para pessoas com distúrbios mentais. (Emma Frost #6) Lá Christian sofreu tratamentos de conversão de "ex-gays" (que todo mundo sabe que não dá certo, nem nunca dará). Em algum momento, Winston Frost aparentemente liberou Christian da instituição para que ele pudesse assumir como herdeiro de seu império de negócios. (Iceman vol. 4 #6)

Emma descobriu isso e foi vê-lo na casa de seu pai, mas Winston a encontrou na porta e a forçou a recuar usando poderes psiônicos nunca antes demonstrados. Preocupada, Emma tentou recrutar Homem de Gelo (que nessa época já tinha aceitado que é 'gay') para ajudá-la a resgatar seu irmão e, apesar de alguma relutância inicial, Bobby concordou em acompanhar Emma de volta à casa de seu pai. Quando chegaram lá, encontraram Winston morto e descobriram que Christian era o único com poderes, tendo subconscientemente criado uma projeção de seu pai. Depois de usar a mente de Bobby Drake para acalmar Christian, Emma decidiu assumir a Frost Technologies e trabalhar com Christian para recuperar o controle.

Bobby fica muito bem no roupão chique de Christian
Avançando um pouco no tempo, Christian e Bobby estão namorando desde janeiro de 2020, e recentemente o casal ganhou de presente do novo mutante Somnus, ex-namorado do Daken, o baile de formatura que o Homem de Gelo nunca teve, que também foi um meio para Christian enfrentar seu pai homofóbico e intolerante (o que ele não podia mais, por já estar morto). Neste mundo dos sonhos, Somnus não apenas está dando a Bobby a experiência de um jovem colegial que ele nunca teve ao crescer como um aluno recluso de Xavier, mas Somnus também fez do chão do baile um mosaico de rostos de Winston Frost. Winston tem que ver seu filho ter um momento lindo e romântico com seu parceiro, e Christian literalmente pisa na cara da sociedade de seu pai abusivo, então... é realmente uma vitória para todos!

Tim-tim.
Após a criação da nova nação mutante de Krakoa, o Hellfire Club foi reformado como Hellfire Trading Company com Emma como sua Rainha Branca mais uma vez e Christian como seu Bispo Branco.

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