22 março 2021

Anole: "Eu quero alguém que queira me beijar" [Dez/2016]


Continuando a tradução de trechos de Amazing X-Men #13 (2014) [veja a primeira parte aqui], descobrimos como o jovem mutante HAH Anole se sente em relação a encontros e como se sente julgado e preterido o tempo todo por sua aparência reptiliana.

Apesar de Estrela Polar, seu professor no Instituto Xavier e seu modelo como homem "homossexual", tentar lhe ajudar nesse campo, é surpreendentemente Noturno quem lhe ensina uma importante lição que ele certamente levará para a vida.

Confiram a seguir:


Estrela Polar: Nada disso é real, Victor! Seus medos estão ganhando forma. Você tem todo o poder aqui...
O que é isso? Você ainda receia querer sair com um rapaz? Eu já passei por isso!
Eu sei o que você está passando. Eu posso ajudar! Eu sei como isso pode devorar seu--

Anole: Você acha que sabe?!

Anole: Você acha que faz alguma ideia?!


Anole: Olha pra mim, Jean-Paul! Eu sou um monstro!
As pessoas me olham e imaginam se eu sou gosmento ao toque... Se você roçar minhas escamas do jeito errado, elas vão te esfolar feito lixa.
Você parece um astro de cinema, caramba!


Anole: Eu quero alguém que queira me abraçar. Eu quero alguém que queira me beijar... Eu me apaixono por pessoas todo dia, e posso ver nos olhos delas. Posso ver o que elas pensam de mim.
Não sou o ideal de ninguém! As pessoas falam sobre o que está no interior, mas no final das contas elas só querem encontrar alguém que pareça normal. Que pareça seguro.
Isso jamais serei eu.
E não ouse me dizer que você entende. Você não pode entender. Jamais entenderá.

Noturno: E quanto a mim, Victor?


Noturno: Você acha que eu posso saber uma coisa ou duas sobre se sentir um monstro?


Noturno: É difícil. Vai ser sempre difícil. Eu lamento, mas isso é simplesmente a verdade.
Eu me lembro quando me apaixonei pela primeira vez, e eu mal consegui falar.
Eu parecia um demônio. Minhas mãos eram esquisitas... meu toque sempre repugnante.

Anole: Como... Como você lidou com isso?


Noturno: Um dia, eu tive uma importante compreensão. Me lembrei que eu sou simplesmente incrível.
Não tem ninguém no mundo igual a mim, ninguém com minhas experiências, ninguém com minhas opiniões particulares.
Meus problemas... eles simplesmente me fizeram mais forte. Me deram outras ferramentas com que trabalhar.

Noturno: Eu sou totalmente, inteiramente eu. Gosto muito de mim. Não queria ser ninguém mais. Nem por um momento.

Anole: Mas... você ficou com a garota?

Noturno: Oh, sim.

Anole: Como?

Noturno: Ah, entenda, mein freund... Quando se parece com você ou comigo...

Noturno: ...você só precisa ser diabolicamente charmoso.

Noturno: Não é mesmo, Srta. Wyngarde?

Obs.: Para entender melhor essa passagem, você precisa antes ler o post anterior sobre essa edição.

Curiosidade: É nessa edição que Anole começa a sair com um gatinho por quem se apaixona. 💘 (mas isso ficará para um futuro post)

2 comentários:

Rafael Costa disse...

É disso que eu gosto, de ver nos. X-Men. Por mais que as batalhas épicas, viagem no tempo e espaço sejam legais, pra mim os X-Men sempre funcionam melhor como a equipe que representa as minorias. É de lindo de se ver quando os autores dão atenção a esse lado. A Kitty é master nisso. Tem uns discursos que me arrepiam sempre que leio.

Fábio Máximo disse...

Também sinto muita falta quando os quadrinhos de X-Men se afastam um pouco do discurso de representatividade (de qualquer tipo). E Kitty realmente dá umas aulas de vez em quando nesse sentido. Não foi à toa que ela foi um apoio importante ao Homem de Gelo na última série solo dele quando se assumiu gay para os pais.

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