Barbalien: Red Planet é uma inovadora nova série em quadrinhos de ação de ficção científica no universo de Black Hammer vencedor do Prêmio Eisner (Eisner Award) sobre preconceito, honra e identidade. Mark Markz encontrou seu lugar na Terra como policial condecorado e como o amado super-herói Barbalien. Mas no meio da crise da AIDS, o ódio de todos os lados faz com que o equilíbrio dessas identidades pareça impossível — especialmente quando um inimigo marciano do passado o caça para levá-lo de volta, vivo ou morto.
Escrito por Jeff Lemire (criador do universo de Black Hammer) e Tate Brombal, com arte de Gabriel Hernandez Walta (New Mutants, X-Men), cores de Jordie Bellaire e letras de Aditya Bidikar, Barbalien: Red Planet (Barbalien: Planeta Vermelho no Brasil) da Dark Horse não fica nas beiradas do problema. Ambientado durante a crise da AIDS nos anos 80, ao longo de cinco edições (cuja última foi lançada agora em março de 2021) acompanhamos Mark Markz. Markz é secretamente um marciano e um "homossexual" enrustido. Graças aos poderes de transformação de Markz, ele trabalha como policial durante o dia e voa como o vigilante Barbalien à noite. Assistindo o movimento dos direitos "gays" ganhar força, Markz se vê do outro lado do cacetete. Esta equipe criativa cria uma história pungente e comovente, mas também gentil e empática.
ESCRITA
Miguel e Mark, o amor nascido da luta |
Através da voz do ativista Miguel Cruz, Lemire e Brombal têm a oportunidade de expressar o que pensam sobre a injustiça. Miguel critica o sistema e a tragédia, e critica poderosamente. É no ponto, mas é um comício. As pessoas não medem as palavras em comícios. Enquanto isso, em Marte, Lemire e Brombal definiram os tipos sanguíneos como sendo um sinal da posição de um marciano. Essa ideia de que o sangue pode ser limpo ou sujo configura perfeitamente o preconceito que vemos na Terra na crise da AIDS. Portanto, para cada grito a plenos pulmões, Lemire e Brombal têm uma piscadela astuta e um cutucão cuidadoso.
ARTE
Mark e Miguel |
CORES
Bellaire não quer que esqueçamos do que realmente se trata essa edição. Como aquele laço da AIDS, vemos a cor vermelha surgindo indefinidamente. Os manifestantes a vestem e têm em seus cartazes, Miguel usa sapatos vermelhos, Barbalien tem pele vermelha. Torna-se quase uma cor assustadora. Uma cor que representa mais do que apenas AIDS, ela representa o sangue do movimento pelos direitos "gays". Então, quando o Oficial Mark Markz salva uma mulher com um casaco vermelho sendo assaltada na frente de um grafite vermelho, é como se ele não conseguisse tirar essas pessoas da cabeça. Quando Markz finalmente deixa seu solitário apartamento azul, ele encontra um clube subterrâneo. As cores de sua solidão azul e o sangue e suor do movimento pelos direitos "gays" se fundem para criar um lindo roxo. Markz traz sua própria dor para a mesa, e essas novas pessoas que ele conheceu trazem a deles, e juntos eles fazem algo lindo.LETRAS
Os efeitos sonoros de Bidikar têm diferenças sutis. Isso permite que a edição #1 (e provavelmente as outras) tenha uma sensação uniforme, ao mesmo tempo que garante que cada som pareça único. Um controle remoto não soa como um carro parando bruscamente, mas o estilo geral das letras permanece o mesmo. Contudo, Bidikar muda isso ao escrever as falas dos marcianos. Suas palavras, até mesmo os sons que emitem, são diferentes. É interessante que não vimos Barbalien falando nessas cenas. Isso levanta a questão, como as falas de Barbalien seriam escritas por letras? Em vez disso, só temos as falas de Barbalien na Terra para seguir. Elas têm as mesmas letras que todos os outros terráqueos. Isso novamente destaca como Markz está preso entre mundos, literalmente neste caso. Markz não é totalmente marciano nem totalmente humano, ele simplesmente é.Capa da edição #1 |
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