A HQ
Guardiões da Galáxia levou literalmente quase cento e cinquenta anos redefinindo
Peter Quill, incluindo o esclarecimento da "bissexualidade" do
Senhor das Estrelas.
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Guardians of the Galaxy #9 |
Ok, isso não é mais novidade para ninguém, mas quando essa novidade bombástica estorou no mundo dos quadrinhos, o meu
blog anterior (
Super-Heróis e Vilões Queers (LGBTQIAPN+)) eu já havia excluído e este meu blog atual (
SuperMen's Love) ainda não havia sido criado. E eu não poderia deixar de ter o registro desse evento histórico aqui.
A Marvel Comics confirmou em dezembro de 2020 que Peter Jason Quill, também conhecido como Senhor das Estrelas (Star-Lord), é "bissexual" em Guardians of the Galaxy #9, com a ambiciosa história de uma única edição "Eu Devo Torná-lo um Senhor das Estrelas" ("I Shall Make You a Star-Lord"), do escritor Al Ewing e do artista Juann Cabal, redefinindo as origens e habilidades do personagem bem a tempo para o mega-evento Rei de Preto (King in Black).
Criado por Steve Englehart e Steve Gan para o
Marvel Preview #4 de 1976, Peter Quill é o lendário Senhor das Estrelas, um híbrido humano/spartoi abandonado na Terra por seu pai e compelido a buscar seu destino entre as estrelas. O Senhor das Estrelas tem estado na vanguarda da maioria dos principais eventos cósmicos da Marvel, com os quadrinhos dos últimos anos sutilmente despindo-o de alguns de seus conhecidos dispositivos e muito de seu senso de dever de soldado para se assemelhar mais a sua representação por Chris Pratt nas adaptações do MCU (sigla em inglês para Universo Cinematográfico da Marvel) começando com o filme
Guardians of the Galaxy de 2014. A fase de Al Ewing na HQ viu a reinvenção gradual do Senhor das Estrelas, restabelecendo alguns dos elementos mais misteriosos de sua origem e trazendo o foco de volta para suas Armas Elementais (
Element Guns) únicas e um senso de responsabilidade primordial.
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Peter conhece Mors e Aradia |
Esta reinvenção do personagem deu seu maior passo em frente em
Guardians of the Galaxy #9, que revelou que as Armas Elementais do Senhor das Estrelas permitiram que ele sobrevivesse à explosão que aparentemente o matou em
Guardians of the Galaxy #2, mas em vez disso ele foi desviado para uma realidade paralela onde ele passa 144 anos se aventurando pelas Doze Casas de Morinus, primeiro trabalhando com e depois entrando em um relacionamento com Aradia e
Mors — dois humanóides de pele azul que compartilham seu estilo de vida nômade.
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Ele inicialmente recusa o convite do casal... |
Quill recusa os avanços do par no início. Tendo viajado com eles por apenas um ano, ele ainda tem esperança de voltar para casa, explicando que seu relacionamento com a companheira de equipe Gamora significa que ele não se unir a eles, com Aradia expressando perplexidade com a concepção de monogamia de Quill. Doze anos depois, na Casa da Morte e do Renascimento, Quill se banha em um templo cerimonial com Aradia e Mors, admitindo que, a esta altura, ele não acredita mais que retornará à sua realidade natal, dizendo: "Vocês são o meu lar" enquanto os três se abraçam nus.
O relacionamento dura mais de cem anos, mas infelizmente ao Senhor das Estrelas não foi permitido viver uma vida de fanfarrão e de felicidade. Os Deuses do Novo Olimpo — cujo poder Peter acidentalmente roubou para sobreviver na edição #2 — retornam, perseguindo os três através de Morinus e destruindo um mundo que Peter passou a amar. Desesperado para salvar Morinus, Peter retorna ao templo onde ele verdadeiramente se uniu a Aradia e Mors, usando-o para viajar de volta para sua realidade natal, com uma Aradia de coração partido dizendo: "Só não se esqueça de nós, estranho. Só não se esqueça."
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... mas, depois de mais de uma década de sedução, não foi mais possível resistir... |
Embora os quadrinhos deixem claro que Peter considera o que ele tem com Mors e Aradia da mesma natureza que seu relacionamento romântico e sexual com Gamora, a história põe em evidência o vínculo entre Quill e Aradia, retratando uma intimidade mais imediata entre ela e Quill e tendo Mors ausente para o adeus final devido ao caos dos deuses que atacavam. Aradia, Mors e Quill não são o primeiro relacionamento envolvendo dois homens que a fase de Ewing acrescentou aos quadrinhos, com
Hércules e Marvel Boy se beijando no calor da batalha algumas edições anteriores.
Não se sabe se a sexualidade de Quill chegará a futuros projetos do MCU centrados no Senhor das Estrelas (quem aqui, assim como eu, aposta que não?), mas a exploração terna de Peter Quill perdendo e depois encontrando a felicidade em
Guardians of the Galaxy #9 é um indicativo da alta qualidade da série até então, e a capacidade dos quadrinhos de fazer movimentos mais ousados do que outras mídias com base nos mesmos personagens.
Fonte
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